8 de abr. de 2012

Ser Doido-Alegre, que Maior Ventura!


Ser doido-alegre, que maior ventura!
Morrer vivendo p'ra além da verdade.
É tão feliz quem goza tal loucura
Que nem na morte crê, que felicidade!

Encara, rindo, a vida que o tortura,
Sem ver na esmola, a falsa caridade,
Que bem no fundo é só vaidade pura,
Se acaso houver pureza na vaidade.

Já que não tenho, tal como preciso,
A felicidade que esse doido tem
De ver no purgatório um paraíso...

Direi, ao contemplar o seu sorriso,
Ai quem me dera ser doido também
P'ra suportar melhor quem tem juízo.

António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."

29 de fev. de 2012

Revelação

Revelação.
Todos conhecem minhas risadas, sorrisos, minha ignorancia atual, meu mau humor e minha constante bagunça. Mas o que ninguem sabe (sabia) é que lá no fundo, bem lá no fundinho sabe?! A coisa é (era) diverge da realidade.
"O meu sorriso esconde o choro;
Minha risada segura as lágrimas;
Minha atual ignorancia camufla a solidão;
Meu mau humor encobre minhas mágoas;
E minha constante bagunça oculta minha tristeza e depressão."
Por muito, muito tempo eu tinha conseguido não revelar esse lado ao mundo ( por minha escolha mesmo), mas ultimamente está impossivel. O meu eu oculto (e sufocado) está gritando, ele quer cura. É como se a armadura estivesse caindo.Sustentar o aspecto de uma ser forte é pessado de mais para minha real fraqueza. E agora eu tenho que ouvir " Nunca te vimos assim, você mudou porque?" Não, eu definitivamente não mudei, eu só me deixei revelar, por não poder mais aguentar.